domingo, 4 de dezembro de 2011

[ NYC ] D7.8.9 - Só uma questão de costumes

Ok, andei sumido nos últimos dias. Mas posso explicar! A vida está um pouco corrida por aqui. Na sexta acordei com uma dor de garganta ferrenha, fiquei meio mal o dia todo, a unica coisa que fiz foi caminhar pela Quinta Avenida, e anotar o endereço de algumas lojas que quero voltar. Pela noite me senti melhor e fui para a balada. Tava meio vazio, tava meio down, mas aproveitei muito.

Sábado foi dia de deixar o estado e ir para New Jersey aproveitar os Outlets das grandes marcas e os preços baixos. Aproveitei e comprei alguns presentes para as pessoas queridas. Também aproveiteo o dia para reparar um pouco no costume das pessoas nesse pais. E sobre isso que vou falar hoje. Sobre algumas coisas que as pessoas dessa terra costumam fazer e que soam completamente estranhas para mim...


1) Não existe lata de lixo no banheiro: Existe apenas o papel higiênico e a privada. Eles supõe que você saiba que se deve jogar o papel na privada com o cocô e dar descarga. Muito estranho. Muito anti higiênico, porém real.

2) Não é preciso digitar a senha quando se compra: Eles só deslisam seu cartão e então pedem para você assinar uma telinha. O Recibo já sai impresso com a sua assinatura. Moderno, porém inseguro: e se roubam meu cartão e falsificam minha assinatura?

3) Arroz e feijão existem sim! É possível encontra-los em mercados, budegas e delis. Só que feijão só é vendido em lata pré cozido e arroz só é vendido pela quantia máxima de um quilo. Não existem pacotões de cinco quilos de arroz.

4) Milhas, Pounds, Feets: Todas as unidades de medias são diferentes. Estude o sistema imperial antes de comprar comida por quilo, ou de pegar uma estrada com a distancia calculada em milhas.

5) Tamanho de roupa e calçado também muda: Fui comprar uma calça e tive muito dificuldade. Eles tem duas numerações para a mesma calça: uma numeração para cintura e uma para a perna. Isso mesmo, aqui não precisa fazer barra da calça se ela fica muito grande em suas pernas... Basta cair com o segundo número da medida. Por exemplo, minha cintura aqui é 34. Dai na parte das calças 34 você encontra calças com as numerações 34x28, 34x30, 34x32, 34x34.

6) Não existe térreo: Aqui todos os edificios começam no primeiro piso. Não tem essa de terreo, primeiro e segundo. Entrou em um lugar pelo solo você já está no 1st floor e já era!

7) Balada acaba as duas, no máximo as quatro: Achando que vai farrear até o sol nascer no Chelsea? Ledo engano. Aqui balada começa as 19h00 e vai até no máximo as 04h00. Deu quatro da manhã as pessoas ligam a luz na sua cara e te botam para fora.

É tudo muito diferente, mas é só uma questão de costumes.

quinta-feira, 1 de dezembro de 2011

[ NYC ] D06 - Chelsea, I love you!

Acordei deciddo a tomar um café da manhã tipico dos Estados Unidos hoje. Fui no dinner que tem aqui perto, o Tik Tok Dinner e pedi um café comum, e um prato que eles chamam de Pancakes with hum eggs. Que são três panquecas, com uma manteiga meio doce, meio salgada acompanhadas de um mix de ovos e presunto. Muito gordo, muito calórico, mas muito delicioso.


Decidi que nesta manhã ira subir no topo do mundo. Okay, não é realmente o topo do planeta, mas é o observatório localizado em cima do Empire State Building, o maior prédio do mundo... O observatório fica no 1o2° andar do prédio. E o prédio por suas vez fica localizado no bairro do Chelsea. E para chegar lá não é preciso muita coisa.

Basta pagar a quantia de 20 dólares para o acesso. Passar por um monte de seguranças, subir em um elavador que vai tão rápido que o seu ouvido chega a apitar. Andar um pouquinhi no Hall do onservatório e ser recompesado pela vista espetacular. É possível ver toda a ilha lá de cima.






Lá em cima a sensação térmica era de menos um grau, ou seja: MUITO FRIO! Estava usando duas meias, um tennis, uma cueca, uma samba-canção, uma calça jeans, uma camiseta, uma camisa de flanela, um moletom, um casaco e um cachechol. E mesmo assim estava realmente congelante.

Tirei várias fotos por lá, e só não tirei mais porque a bateria da minha câmera acabou. O que foi a deixa para eu entrar novamente no prédio passar na lojinha e partir. Comprei algumas lembrancinhas por lá. Na saída aproveitei para explorar o Chelsea.

O bairro é muoto coool. Vários bares, várias lojinhas alternativas e muita gente estilosa nas ruas. Aproveitei para conhecer alguns dos princiáis edificios das imediações. E desbocado do jeito que sol, logo fiz amizade e peguei várias dicas de bares no bairro.

Decidi provar o Boxers, Uma espécie de pub onde o foco são os esportes. A galera vai lá para assistir jogos de futebol amaericano, basquete, hockey e afins. Hoje era noite de futebo americano. A galera vibrava com facilidade, eu mesmo não entendia o que estava acontecendo. Mas sei que estava torcendo pro time azul, que eu tambpem não faço ideia qual era o nome.

Conheci umas pessoas lá que queriam que eu fosse dançar em uma boate (oi?) chamada Splash, mas eu não quis. Preferi voltar para casa e dormir. Não faço a mínima ideia do que vou fazer amanhã, por enquanto meu único plano e descansar.

Tenho uma lista de coisas que preciso fazer antes de ir embora, e não devo esquecer de jeito nenhum:

- Visitar o Brooklin
- Visitar a Ponte do Brooklin
- Visitar a Estátua da Liberdade
- Visitar o Museu de Cera, o Metropolitan e o de História Natural.
- Subir no Top of the Rocks
- Patinar no gelo.
- Fazer o Tour da NBC
- Ir o Outlet
- Tirar foto com as luzes de Natal.
- Ir a uma missa gospel do Harlem.

Tenho mais quinze dias. Será que é tempo o suficiente?

quarta-feira, 30 de novembro de 2011

[ NYC ] D05 - Chinatown & Christmas Lights.

Hoje fiz um tour multi cultural sem sair da cidade. Acordei já congelado pelo frio. Tomei o banho mais quente do mundo, me encapotei o mázimo que pude e sai rumo aos bairros étnicos de Nova York.

Peguei o metro, desci na Cannal St. E fui visitar o bairro chinês: Chinatown. Ao sair do metrô me senti em casa. Sabe quando você vai no largo de Osasco, e os vendedores ambuantes ficam anuncinado o produtor com frases do tipo: "Olha a bolsa, olha o óculos escuro. Só dez reais, vem olhar..." Aqui eles falame xatamente a mesma coisa, só que em inglês. Sai do metrô e me deparei com várias chinesas gritando: "Take a bag, take sunglasse. They are just 5 dollars, take a look...". Tal fato me fez concluir qe você pode tentar fgir da pobreza, mas a pobreza não vai fugir de você.




Sou tão mão de vaca que decidi comprar um óclos escuro em Chinatown. Me ofereceram um por oito dólares, e consegui pechincjar e reduzir o preço para cinco dólares. Yey! Caminhei pelas ruas do bairro e derepente entrei em outro bairro étnico. Dessa vez Little Italy. . Nõ tem muito o que fazer por lá, a não ser admirar a cosntrução das coisas e entrar em uma cantina para comer. Dei uma olhada, tirei algumas fotos, tremi de frio e decidi pegar o metrô.

Como disse ontem, queria ter ido na Old Navys fazer compras para o frio, mas acabei pegando o metrô errado e fui parar no chiquérrimo Upper East Side . Eu não tinha noção do que era ser chique até andar pelas ruas desse bairro. Muita gente linda, muita gente estilosa, e muita gente rica. Prédios de apartamento de tirar o fôlego. Uau.

O bairro, como o nome sugere é do lado leste do Central Park. Aproveitei para dar uma voltinha no parque. E conclui que esta cidade [é realmente linda no outono. Todo o chão marrom das folhas que cairam, todas as árvores secas, muito frio e muito vento. Quero ir para passar um dia inteiro no parque, encontrar estátas e monumentos perdidos. Talvez eu vá no domingo, que é o dia oficial de se ir a um parque em qualquer lugar do mundo. Nessa minha rápida passagem encontrei vários esquilinhos no parque.




Achei eles lindos. São iguaizinhos aos do filme "Alvin e os Esquilo." Este da foto subiu na árvore para caçar umas frutinhas para se elimentar. Eles usam a mãozina para levar a fruta até a boca. Muito, muito fofo. Eles também olham diretamente para gente, e isso dá a impressão de que eles vão nos atacar a qualquer momento. Por isso, tirei a foto e sai correndo de perto.

Como estava muito frio, decidi tomar alguma coisa quente para me aquecer. A novidade por aqui é o Peppermocha no Starbucks. Uma bebida que leva, café com leite (chamdo aqui de "mocha"), pedaços de chocolae e... Pimenta! Pode parecer estranho, mas é realmente muito bom.

No fim da tarde já me encaminhei para o Rockfeller Center para ver a cerimônia de inauguração das luzes de Natal. Achei que sei lá, só fossem apertar um botão, cantar uma música de Natal. ascender a cidade toda e beijo thau. Mas não, os maericanos realmente gostam de coisas em grandes proporções. E fizeram um show de TV transmitido ao vivo pela NBC para exibir isso para o resto do mundo.

O lado bom foi que eu pude ver alguns famosos cantando músicas de Natal ao vivo. Vi o Michael Bublé, vi CeeLo Green, Justin Bieber e Mariah Carrey. Após uma hora e meia e show, chamaram Barcak Obama, ele mesmo, o presidente para apertar um botão and tchanã! Nova York se ascendeu para o Natal ao mesmo tempo Michael Bublé tocou Jingle Bell Rock e eu quase chorei.

Infelizmente não consegui tirar nenhuma foto, estava muito lotado, eu estava muito longe e com muito frio. Mas essa semana vou começar a tirar foto das vitrines decoradas, e da decoração de natal da cidade...

Tenho dois planos para amanhã. O Primeiro é tentar usar pela primeira vez na vida uma cuecasamba canção por debaixo das calças. É sério gente, aqui é muito frio mesmo. PRECISO usar algo por debaixo do jeans. Já o segundo plano consiste em subir ao topo do Empire State para tirar fotos lá de cima. Melhor eu me agasalhar para isso...

terça-feira, 29 de novembro de 2011

[ NYC ] D04 - Village e TriBeCa

Hoje fez frio e choveu, choveu muito, ou como dizem os americanos rainned cats and rats. Mas mesmo assim aproveitei dia para passear, e conhecer um pouco mais do sul da ilha de Manhattan. Acordei completamente despraparado para o frio que iria enfrentar. As casas e interiores de loja e estabelecimentos aqui em NY são bem quentinhos, você consegue andar de boa de bermuda e camiseta. Mas quando sai para a rua a coisa pega.

Hoje a máxima foi de cinco graus e os americanos estavam falando que o tempo estava quente. Oi, quente para mim é acima dos quinze. As minhas roupas já não estão dando conta, não tem jaqueta de couro que resolva, decidi portanto economizar no dia de hoje para poder comprar um casacão amanhã ou depois. Me aventurei novamente pelo subterrâneo da cidade. Mas não é tão difícil andar de metrô aqui. Basta saber:

1) O sentido em que vai: As entradas para estações indicam, e não são conectadas.
2) A linha em que está: NY tem várias linhas,só que dificilmente elas se conectam
3) O número (ou letra) do trem: Na mesma plataforma podem parar os trens R, 2, e 3 com destino a lugares diferentes. Mas é só olhar no mapinha, se tal trem para em tal estação.


Tendo isso na cabeça, peguei a linha amarela, trem R no setido Downtown e desci no Village. Um bairro INCRÍVEL. Se pudesse escolher algum lugar para morar seria no Village. Ele é repleto de apartamentinhos americanos e ruazinhas com árvores e alguns barzinhos e brechós. Meio, riponga, meio cool, mas super incrível.


E nesse bairro que moravam os personagens do seriado de TV Friends. O prédio que era usado como fachada do apartamento dos seis amigos fica em uma esquininha super charmosa do bairro, E como fã assumido de séries de TV, TIVE que visitar o local, tirar fotos e cantarolar o tema de abertura da série.

Saindo de lá, peguei mais um metrô (Dessa vez a linha vermelha, trem 1, com sentido Downtonw) e deci no bairro TriBeCa. One fica localizado o centro financeiro de Nova York, com o prédio dos principais bancos. Dei uma andada por Wall Stret, a famosa rua dos negócios. Não achei nada de mais, inclusive chega a ser parecido com o centrão de São Paulo, mas tudo bem, valeu pra conhecer.
Em seguida parti para o lugar onde eram as torres gêmeas. Pasmem, eles já estão construindo um novo empreendimento no lugar, e onde eram as torres agora existe um monumento chamado "9.11 Memorial". São duas piscinas da mesma largura que eram as torres, localizadas exatamente no mesmo lugar. As piscinas possuem quedas de água para dentro no intuido de simbiliza a queda das torres. Na borda, conseguimos ler o nome de todas as vítimas do atentado.


O lugar é calmo e bem bonito. Não há muito o que fazer a não ser se sentir triste devido a tragédia. Fiquei pouco. Tirei algumas fotos e sai. Tomei um suco para o almoço, e continuei a bater perna pela parte sul. Não achei nada de muito interessante. Mas descobri uma loja de roupas baratas chamada Old Navys, com umas super ofertas.

Site da Old Navys: http://www.oldnavy.com/

Assim que der vou passar lá e comprar umas coisinhas. Amanhã quero conhecer melhor o Central Park, e pretendo ir ao Rockfeller Center. Vai rolar a cerimônia que inaugura a decoração de natal da cidade. Todas as luzes vão ser acessas as 19h00. Mal posso esperar...

segunda-feira, 28 de novembro de 2011

[ NYC ] D03 - Sobre olhos estrangeiros

Ontem sai para jantar com um grupo de amigos. Cada um de um lugar do mundo. Estavamos em dois brasileiros, três franceses, uma americana e uma espanhola. Um dos franceses deu a pedida, fomos ao Shake Shack Burguer, um fast food americano. Com apenas sete dólares é possíve ter um infarto com a quantidade de gordura ingerida.






O engraçado é reparar como as pessoas de fora do Brasil veem os brasileiros. Ao falar para um estrangeiro que você é brasileiro, eles vão em seguida perguntar se:

1) Você é do Rio?
2) Você joga futebol?
3) Você sabe sambar?

O jeito é, com bom humor sempre, dar uma rebolada e explicar que nem toda brasileira é bunda. Enfim, o choque cultural é claramente perceptível e possivelmente você será morto e ficar com fama de tarado se vier a se despedir das pessoas com um inocente beijo na bochecha. Digo isso porque recentemente fui me despedir de uma italiana com um beijo no rosto, e ela ficou meio traumatizada com isso, e possivelmente me odeia.

Hoje o dia foi de explorar o metro, e listar lugares que eu irei e fazer umas comprinhas. Lembram que eu havia dito que o metrô de NY é estranho pois as estaçoes mão são unterligadas? Hoje uma nova-iorquina me explicou que o metro daqui é assim pois é operado por tres empresas diferentes que se odeiam e competem entre elas. Por isso as estações de empresas diferentes não se conectam. Nessas horas agradecemos muito pelo METRO-SP e a CPTM serem amiguinhas...

Enfim, dei uma passadinho super rápida na Century 21, uma loja de departamentos que está sempre em Oferta, tipo uma C&A em proporções bem maiores. Dizdem que até quarta a temperatura aqui vai zerar, por tanto me preveni e comprei um gorro da Calvin Klein e um casaco Marc Jacobs por 70 dólares os dois. MUITO barato....

Site da Century 21: http://www.c21stores.com/

Amanhã planejo visitar o Ground Zero, onde eram as torres gêmeas! Será que conseguirei tirar boas fotod por lá?

domingo, 27 de novembro de 2011

[ NYC ] D02 - Hanging Out in Times Square

Ontem a noite fui para uma balada chamada Industry. Não é tipo balada para turista, era uma festa para moradores locais. Ou seja, eu era carne-nova no pedaço. Fiz sucesso no role, e conheci muita gente bacana. A Industry tem o tipo de som que eu gosto, aquele pop dançante gostoso que toca nas rádios. Me acabei ao som de Lady Gaga, Kesha, CeeLo Green e afins.

Segundo um amigo, as baladas por aqui não costumam ser pagas, e se cobram taxa de entrada é algo tipo cinco dólares. No entanto achei as bebidas muito caras, paguei 7 dólares em uma cerveja e 2 dolares em uma água. Mas oi, para entrar na Industry era de graça então tava tudo bem.

Site oficial do clube: http://www.industry-bar.com/

Aparentemente a única coisa que não se pode fazer é conversar na porta antes de entrar. Parei para bater um papo com um amigo em frente, e o segurança foi super grosso e seguiu o seguiu-se o seguinte diálogo:

- Excuse-me guys, are you hanging out or something?
- Erm, Yes!
- Are you going to enter in the club?
- Yes!
- Ok, so please don’t hanging out here. Because I don’t like it. Don’t think that I bullying you . It’s the rules.
- Ok!


Tudo bem, se a gente não pode hanging out na porta, vamos hanging out lá dentro!

Cheguei em casa morto e dormi eternamente. Acordei preparado para tomar um café da manhã desses tipicamente americanos, mas não consegui, fui encontrar um amigo, e acabei adiando minha refeição. Hoje foi o dia oficial de bater perna. Um grande amigo veio parar na cidade pelo erro da cia aérea e aproveitamos que eles estava aqui hoje para “Hanging Out” como dizem os americanos.

Passei pela Times Square e Broadway basicamente, andando alguns quarteirões da Quinta Avenida e passando brevemente pelo Central Park. Em todo esse role eu ao sai em momento algum do bairro de Midtown, o que me fez ter ideia de como a cidade, apesar de ser uma ilha, é grande.

A Times Square, talvez seja o principal marco de Nova York, e é o lcal que faz você pensar: Caraça, this is America. Muitas luzes, muitas lojas, muita gente, muitos carros. Durante a noite a rua é tão iluminada que parece que esta de dia. As lojas são realmente incríveis, não tive tempo de entrar em todas mas já marquei as que eu quero entrar e passar tardes.

Subimos pela Broadway. Vi todos aqueles cartazes de peças de teatro e quis para sempre ir em todas elas. Assim que possível verei pelo menos duas. Aproveitei que estava com um amigo para tirar muitas fotos. Cansamos de bater perna e decidimos para para comer.




A dica era o Chipotle, uma rede de fast food mexicano INCRÍVEL! Você paga sete dólares e tem direito a um burrito e refil de refrigerante. Você escolhe os ingredientes e os atendentes vão montando. Montei o meu com frango, chili-beans, tomate, alface e queijo. Ficou incrível...

Site do Chipotle: http://www.chipotle.com/en-US/Default.aspx?type=default


Na parte da tarde fomos Hanging Out no Central Park, não adentramos muito no parque, mas deu para tirar umas fotos e escorregar em uma escada, e ver o quão lindo é a natureza no outono. Coisa que não conseguimos visualizar muito bem no Brasil. Meu amigo teve que seguir, pois ia novamente pegar seu vôo e eu decidi caminhar, olhar as lojas e perguntar preços para assim treinar meu inglês...

Passei pela NBC Store, Apple Store, GAP, Urban Outfitters, Macy’s e American Eagle. Não consegui me conter e comprei duas camisetas na GAP. Na volta, mega cansado, decidi me arriscar no subterrâneo de NY e pegar o metrô.

Aqui o passe de metrô é unitário ou ilimitado. Comprei o passe ilimitado que me dá direito a quantas viagens eu precisar fazer em uma semana. Olha não é por nada não, o metrô de São Paulo pode ser ineficiente e com pouca malha, mas mesmo assim é super limpinho. O metrô daqui é super sujo, com aspecto de que não passam um paninho no chão há anos...

Consegui me achar e me locomover bem. Voltei para casa para descansar um pouco e pensar em qual seria a boa da noite...

Continua!

sábado, 26 de novembro de 2011

[ NYC ] D01 - Aterrisando e Explorando

Sair do Brasil e entrar nos Estados Unidos é divertido. Mas requer paciência, muita paciência, senso de humor e mais paciência ainda. Após ter feito o meu check in no balcão da Delta no aeroporto de Guarulhos, segui para a fila do embarque. Após adentrar a área dos portões, fui surpreendido por mais uma fila, dessa vez da Polícia Federal.

Caracóis e mais caracóis depois estava liberado. Segui andando e de repente me vi dentro do Free Shop. Isso mesmo, ele não é tipo um estabelecimento com porta que você só entra se tiver curiosidade. Você é OBRIGADO a cruzar ele. Não que eu seja esquerdista ou que vá organizar uma passeata contra o ato, mas achei a atitude extremamente capitalista.

Após cruzar a área de comércio obrigatório sem comprar nada (mas chorando por não ter comprado Kit Kat por 3 dólares o saco) desci para o meu portão de embarque. Meu vôo teria uma conexão em Detroit antes de seguir para Nova York. Antes de embarcar fui surpreendido por um grupo de turistas chineses bebendo uma cerveja. Perdoei, afinal era sexta feira. Desejei uma tequila, mas embarquei querendo.

A tripulação do meu vôo era composta pelas três minorias mais destacadas da sociedade americanas: John, um comissário gordo, de bigode que estava com uma camisa semi-transparente onde era notoriamente visível todo seu mamilo. Justin, um gay careca. E por fim a Jussara, uma negra dessas de meia idade, com uns óculos de gatinha com armação zebrada e uma unha vermelha gigante.

A viagem durou exatas dez horas. Como opções de entretenimento a bordo,além da tripulação que me proporcionou diversas risadas tínhamos amendoins e um mapa que mostrava a rota. Ao longo do percurso e foram exibido três filmes, que ao meu ver continham mensagens subliminarares se analisados na sequência em que foram exibidos. Eram eles:

- Planeta dos Macacos: Que meio que queria dizer, olha lá vocês brasileiros são macacos e a América domina o mundo.
- Pingüins do Papai: Esse foi exibido na hora que decidiram colocar o ar condicionado no zero, só para dizer, tem, certeza que é esse frio mesmo que querem?
- Meia noite em Paris: Por favor, vão embora dos Estados Unidos e partam para a Europa.

Dormi pouco, mas quando peguei no sono mais pesado era hora de descer. Chegar aqui é complicado. Fiquei em uma fila de 40 minutos na imigração. Tenho certeza de que se estivesse em uma fila semelhante no Brasil alguém teria reclamado dizendo “Esse é mesmo o país que vai sediar uma copa do mundo, que desrespeito!”

A distancia entre Detroit e Nova York é semelhante a entre Rio e São Paulo. E o vôo de conexão foi sossegado, tirando o fato de eu estar repleto de crianças ao meu redor. Existia um casal com bebe a cada poltrona e no momento da decolagem TODAS as crianças decidiram chorar ao mesmo tempo. Mas nada que uma Alanis Morrisette no último volume não resolvesse.

Como meu vôo era doméstico, não desci em nenhum aeroporto grandão. Desembarquei no La Guardia. O pouso e desses firulados, onde você consegue visualizar toda ilha de Manhattan da janelinha. Eu estava começando a me emocionar com a visão, quando uma porto-riquenha bateu a janelinha na minha cara, alegando que os raios de sol faziam mal a filha. Faz parte.

Peguei o Airport Bus Service, e em menos de meia hora estava próximo de onde iria ficar. Cheguei, desfiz minhas malas, dei uma descansada. O tempo não está tão frio assim, portanto vesti um casaquinho simples fui dar uma passeada na Times Square. A primeira vista é chocante, um lugar que parece dia em pela noite. Muitas, mas muitas luzes e informações em todos os cantos. Até as estações de metrô possuem letreiros luminosos. E foi de fato, olhando para as luzes de Nova York, que conclui que finalmente um dos meus maiores sonhos tinha de realizado.




E já que embarquei de vez no american dream resolvi fazer o americano e jantar no McDonnalds. Comi o número sete, um sanduíche chamado Angus Mushroom, que consiste basicamente em cogumelos, queijo brie e hambúrguer. Até agora não consigo compreender como McDonnalds Brasil não trouxe essa maravilha para cá.





A noite foi a vez de conhecer a vida noturna do local. Mas como varei a madrugada, isso é assunto apenas para o próximo post...

sexta-feira, 25 de novembro de 2011

[ NYC ] D00 - O fim das convenções.

Ok, este é o cápítulo zero do que pode vir a ser um diário de viagem da minha estadia em Nova York. Acho justo começar os relatos do dia em que saí do Brasil, de como fiz minha mala, e de como me preparei de um modo geral. Durante toda a semana lendo guias. E ler guias me fez quebrar algumas convenções fortíssimas que tinha sobre a cidade. Se você não está preparado para descobri-las, não continue lendo, pois acho justo revelar e ver quem vai ficar com a cara no chão ao descobrir que:

1) A cidade de New York NÃO é a capital do estado de New York: Assim como São Paulo é a capital de São Paulo, e Rio de Janeiro e a Capital do Rio de Janeiro, eu tinha uma crua certeza que a cidade de New York era capital do Estado de NY. Tive um pseudo-ataque quando o guia da PubliFolha me informou que a distancia entre Manhattan e a capital do estado: Albany. Demorei uns segundos para digerir a informação de que estou embarcando para uma cidade que é simplesmente uma cidade, não é capital estadual, nem federal.

2) A Times Square se chama Times Square por causa do jornal: Tudo bem, essa eu como radialista, e profissional da área da comunicação deveria ter sacado. Nenhum americano dos séculos passados teriam dado ao lugar o nome de Times Square, só porque transitar por uma possível Praça do Tempo poderia ter uma conotação poética. A Times Square tem esse nome, porque ali ficava o prédio do jornal The New York Times.

3) Automóveis passam DENTRO do Central Park de boa: Eu achava que o parque era dentro da cidade, porém isolado dela... Tipo o Parque do Ibirapuera, aqui em São Paulo, onde a área é dedicada caminhadas, museus, monumentos e verde. Mas não! Existem cerca de três ruas que cruzam o Central Park de Leste a Oeste e onde o tráfego de automóveis é aparentemente liberado durante a semana. Como assim? Imagina você estar se exercitando com suas roupas de ginástica uó e um automóvel com algum condutor despressível passa e buzina Tenso!

Depois desse combo de novas informações sobre a Big Apple, decidi dormir. Por incrível que pareça eu não tive insônia. Pelo contrário, eu tive sono, muito sono. Sono que aliás foi interrompido por amigos ligando e mandando SMS desejando boa viagem. Acordei revoltadíssimo com miha tia-evangélica-que-limpa-a-minha-casa, clamando louvores por não conseguir remontar a cortina da sala.

Saí de casa para trocar dinheiro em espécie, passei novamente pela ponte que desabou aqui por perto nos últimos dias, me me lembrei e agradecer por a única ponte de que terei noticias nos próximos dias é a Brooklyn Bridge. Retornei para casa e dei início ao ato de fazer as malas. Sim, sou desses que faz a mala apenas no dia da viagem e quisá nos ultimos minutos. Adiar é preciso. Recheei a mesma de camisetas, casacos, roupas em geral, produtos de higiene e um chocotone.


Como podem perceber, eu sou desses que acredita na convenção de que dobrar as roupas em rolinho é a forma mais eficiente de otimizar espaço na bagagem. Acabei lotando a mala, mas a fechei com um grande espaço de folga. E espero conseguir traze-la de volta com todas as minhas compras e presentes que incluem desde video-games até agulhas de croche.

Aproveitei para levar também alguns bombons Sonho de Valsa, dizem que por lá não tem. Gostaria de introduzir a gordice brasileira nos lares americanos. Mas sei que isso é uma coisa que requeriria um tempo maior do que essas semanas. Para me empolgar estou escutando o álbum Detonautas Roque Club, do Detonautas. Não é a coisa mais nova iorquina do mundo, mas vou deixar todo o jazz, e todo o indie rock para escutar por lá.

Amanhã conto sobre o voo e as primeiras impressões da cidade. Sem mais, fiquem bem no calor brasileiro....

segunda-feira, 21 de novembro de 2011

[ Sobre sonhos, viagens e ansiedade...]

Sei que pode parecer meio fútil ou meio bobo, mas eu sempre tive um pouco dessa coisa do Americam Dream. Mas sempre cresci assistindo séries, desenhos, e filmes que me mergulhavam na cultura americana. Depois que comecei a estudar inglês no colégio, começou a vir a paixão pela música gringa. Descobri, o rock, o pop, o jazz e também o que foram os anos 80.

Durante boa parte da vida quis conhecer o Estados Unidos, para poder ver de perto toda a mágica que aquele lugar poderia mostrar histórica e culturalmente. Teve a fase criança, onde eu enchia o saco da minha mãe em todos os natais e aniversários para ir pra Disney. Teve a fase "High School" onde influenciado por séries tipo Dawson's Creek e Popular eu sonhava em estudar um semestre do colegial no exterior e participar dos balls, promos, house-parties e graduations. Teve também a fase "Garota, eu vou pra California." onde tudo o que eu mais queria era largar tudo e ir para a California, viver a vida sobre as ondas. Esta fase, me lembro bem, foi influenciada por The OC, e por algumas músicas do Red Hot Chili Peppers.

Por fim, tive a fase New York. Sempre soube da existência da cidade. Mas a vontade de conhece-la se intensifucou durante os anos de faculdade. E pus na minha cabeça que se tivesse que conhecer um lugar nos Estados Unidos, seria NYC. Passei a pesquisar preços, locais, e sempre assistir a filmes e séries rodados pela cidade.

E senhoras e senhores, depois de trabalhar para isso, informo que nesta sexta estarei embarcando para a Big Apple. Sei que fiz esse blog no intuito de lembrar tudo o que foi bom um dia na minha vida. Mas sou obrigado a pedir licença para a proposta e fazer dele um diário de viagem. O que não foge tanto da proposta assim, vai, porque com certeza no futuro esses dias serão também nostálgicos...

Sobre a próximidade da viagem, a princípio estou ok. Acho que ainda não acredito que vou finalmente realizar um sonho. Tá, realizar não, vou consumir um sonho. Porque para mim sonhos que se realizam vem de graça. e com NY não foi bem isso. Rs! Eu tive que desembolsar uma graninha para essa viagem.

Confesso que estou MUITO ansisoso e repleto de expectativas. Tô tentando aliviar esses sentimentos de duas maneiras: indo a academia, e lendo guias-turísticos. E de quebra antecipo que nenhuma dessas maneiras é de fato eficaz. Ler sobre o lugar que se vai conhecer só potencializa a vontade de que tudo acoteça logo, e tira boa parte do meu sono imaginando como serão esses dias. Fazer ginástica só potencializa as dores no corpo que atrapalham na hora de dormir. Ou seja, as minhas noites de sono estão quase nulas por esses dias.



Guias, uma maneirão não eficas de aliviar a ansiedade pré embarque


Aliás, peço dicas! Se alguém aí souber como fazer com que quatro dias se pasem em quatro horas, me avisem. Vai ajudar bastante. Ou quem já foi a NY, me deem dicas de locais, ou até mesmo que nõ foi mas morre de vontade de conhecer devido a um filme, ou uma série me fale... Só por favor não me peçam para trazer badulaques da gringa em troca das dicas. Eu realmente estou com medo de ser preso na alfandega na hora do retorno.


Rodrigo Milheirão teve que dar um google em "verbo poder no subjuntivo" para poder concluir o último parágrafo dessa postagem.

terça-feira, 8 de novembro de 2011

[ Sobre a mesa de costura ou o que ainda resta dela ]

Alguns objetos passam por nossa vida e deixam uma marca profunda. Por exemplo, o caderno em que aprendi a escrever não era universitário e nem em estilo agendinha. Ele era um quadrado perfeito, encapado com plástico leitoso amarelo ovo. Tinha folhas pautadas que a professora obrigava a traçar margem com lápis de cor vermelho. Era proibido escrever a caneta. Eu enchia o coitado com letras, quase garranchos, que saiam firmes devido a força aplicada no lápis.

Quando eu chegava em casa tinha lição para fazer. Eu tirava meu caderno da mochila (uma azul da Turma do Arrepio) e saia para o quintal da minha tia com caderno e estojo em mçaos. Deitava em cima da mesa de costura e continuava a aprender ligar letras e formar palavras. Não sei onde este primeiro caderno foi parar, mas a mesa de costura ainda habita algum quintal da família.

Era uma mesa de metal, pintada de cinza, tinha um tampão marrom e era bem grande. Minha tia, costureira e modelista de profissão a utilizava durante o dia para cortar os moldes das peças que fabricava. A família em outras ocasiões fazia uso da mesa para tudo. Era um móvel indispensável.

A mesa já serviu para eu, junto do meu pai, fabricarmos bandeirinhas do Brasil com papel de seda para copa de 1994. Já serviu para eu aprender a jogar e a trapacear no Banco Imobiliário. Já serviu para eu sentar em cima e montar Lego. Já serviu para eu jogar um retalho de pano e brincar de cabana. Com ajuda de uma toalha toda franzida ao redor a mesa de costura hospedou uma fazenda, cenário principal da decoração da minha festa de dois anos. Com uma toalha vermelha e dourada servia para sustentar as deliciosas comidas da ceia de muitos Natais.

Servia de tudo, servia pra tudo, servia pra sempre. Desde que me dou por gente esta mesa existe. Não me lembro de como ela chegou, mas me lembro bem de como ela foi se desfazendo. O metal com o tempo enferrujou. Para não perder o tampão (que com certeza seria bem vindo em muitas ocasiões) foram construidos dois cavaletes de madeira. A madeira dos cavaletes apodreceu, mas a madeira do tampão não.

Minha tia se mudou de casa algumas vezes e o tampão da mesa foi junto. Ele nunca se desfez. Talvez seja um desses móveis eternos que por mais acabados que estejam sempre vão chamar a atenção de quem repara. O tampão da mesa me serviu de apoio para as primeiras palavras. O tampão da mesa de costura é um objeto qualquer para os outros. Mas para mim é peça fundamental da memória. Não sei na casa de quem ele foi parar. Talvez ele esteja encostado em um canto junto com as memórias de toda uma família, aguardando o próximo aniversário de criança...

sexta-feira, 7 de outubro de 2011

[ Os meninos do começo da Paulista... ]

Shopping Paulista: Quintal da casa dessa espécime.

Os meninos do começo da Paulista são uma espécie única de habitantes da cidade de São Paulo. Preferencialmente do gênero masculino, tal espécie merece tanto, ou se não mais destaque do que outros ícones da cidade como os tiozinhos da Mooca, os emergentes da Pompéia e as garotas dos Jardins.

Os meninos do começo da Paulista possuem uma idade que varia de dezoito a vinte e cinco anos. E como o próprio titulo sugerem habitam, circulam, residem, trabalham ou rondam o começo da avenida que é o coração da capital. São oriundos de bairros como Vila Mariana, Paraíso, e Bela Vista. Nasceram filhos de uma classe média alta, cresceram e se criaram nos anos noventa e no início dos 2000, sob os olhares de uma sociedade que começava a deixar de ser tradicionalista.

Os meninos do começo da Paulista não tiveram uma infancia difícil. Nascerem no seio de um apartamento antigo com vista para iluminada região dos Jardins. Aprenderam a andar no Trianon, deram as primeiras pedaladas na bicicleta em um domingo de sol no Ibirapuera, mas passavam a maior parte do tempo no carpete da sala montando quebra cabeças, jogando jogo da memória ou assistindo televisão.

Os meninos do começo da Paulista estudaram o ginásio no Dante e viram crescer suas formas masculinas dentro do uniforme branco, amarelo e marinho. Costumavam passar as tardes do inicio de juventude no Shopping Paulista, onde com vinte reais conseguiam ir ao cinema, comer um Big Mac e pegar um táxi de volta pra casa. São solícitos, educados, finos e nunca exageram nos gestos. Quando não estavam no shopping estavam no quarto, escutando música ou lendo. Aos dez anos já falavam inglês fluente, aos trezes ganharam dos pais uma viagem pra Disney. Na formatura da oitava foram com o colégio para Bariloche, onde tiveram o primeiro porre.

Os meninos do começo da Paulista respeitaram a lei do apagão e todo dia desligavam as luzes e escutavam em seus disckman antishock músicas baixadas do Shareeza, ou do LimeWire e gravadas em um CD CDR. Foram principes ou fizeram parte dos quinze casais em pelo menos sete festas de debutantes.

Os meninos do começo da Paulista estudaram o colegial no Bandeirantes. Descubriram sua sexualidade no Bandeirantes. Fizeram seus melhores amigos no Bandeirantes. Cometeram as maiores loucuras no Bandeirantes. E vibraram ao descobrir que a Bruna Surfistinha tinha estudado no Bandeirantes.

Os meninos do começo da Paulista nunca usaram All Star, mas se viram obrigados a vestir o tal calçado para poder entrar na Converse, matinê do Cambridge. Gostavam de música pop, e de rock. Mas nunca foram até a Praça Oswaldo Cruz retirar um prêmio ganho em uma promoção de rádio. Seus pais sempre davam tudo o que era preciso para que o gosto cultural dos meninos se refinasse.

Os meninos do começo da Paulista fizeram natação, teatro, aula de piano, aula de canto e francês para preencher o tempo livre. Quando concluiram o colegial, ganharam dos pais uma Eurotrip e foram com os amigos (do Bandeirantes, claro) passear pelo invrno do velho mundo. Voltaram e não colaram a escola na faculdade. Os meninos do começo da Paulista se matricularam em um cursinho. Algum deles no Objetivo da Gazeta, outros deles no Etapa do Ana Rosa. Aqueles cujo os pais tiveram que passar por uma breve recessão, acabram optando pelo Henfil.

Após o cursinho, os meninos do começo da Paulista descubriram o Top Center, a Fnac, a Reserva Cultural. Nas sextas pré-simulados saiam com os amigos para comer sushi na Rua Augusta, ou em algum rodízio nas proximidades da Lins de Vasconcelos. Passaram um ano nessa, sem compromissos com provas mensais. Aproveitaram e conheceram Montevideo, Bueno Aires e o Peru. Prestaram vestibular, sofreram com a pressão do mesmo, deram entrevistas a jornais sobre a alimentação pré-prova e finalemnte entraram para a FAAP, para o Mackenzie, para São Camilo, para Cásper.... Existem, mas poucos são os que foram para USP e Unicamp.

Os meninos do começo da Paulista ganharam um carro após a matricula na universidade. Faziam tudo a pé ou de taxi até então. Não comemoraram a chegada do bilhete único, nunca precisaram andar de ônibus mesmo. Os meninos do começo da Paulista geralmente são universiários ou jovens adultos. Se vestem bem, estão na moda e ao menos uma peça de seus vestuário é assinada por alguma grife conhecida. São em sua maioria loiros, dos lhos claros e estatura mediana. São polidos nas palavras e pronunciam o inglês corretamente mesmo se aplicado em uma frase em português.

Sabem aproveitar a vida. Estudam semestres no exterior, passam aniversários no Canadá, vão para revellions em Paris. Saem todos os dias do fim de semana, incluindo a quinta feira. Não sei ao certo se vão casar e ter filhos. Não tenho muitas certezas em relação ao futuro dos meninos do começo da Paulista.

Mas uma coisa é certa: desfrutaram ao máximo tudo o que a cidade podia lhes oferecer e mesmo assim ainda planejam e sonham e querem morar em Nova York, Boston, Xangai, Londres, Moscou, Sidney, Vancouver, Buenos Aires...

terça-feira, 4 de outubro de 2011

[ Sobre querer ser criança ...]

Pode parecer tolo, mas creio que me recordo da primeira piada que fiz. Minha tia Ana estava me segurando no colo em frente a janela da sala da casa dos meus avós, quando meu tio Carlos passou pelo quintal. Eu o chamei, e ele não ouviu. Minha tia sugeriu: "Ro, chama alto!" E eu, que no auge dos três anos de idade sabia que ela estava pedindo para aumentar o tom de voz, simplesmente decidi me fazer de desentendido e chamei: "Alto!" Obviamente a família inteira ri dessa história, quando lembrada pela minha tia nos dias de hoje. Mas o que ninguém sabe é que foi proposital, eu quis na ocasião fazer que todos rissem e consegui. E ainda consigo fazer todos rirem desta história ainda hoje. Claro que eu não decidi contar pra ninguém que foi intencional. Não queria perder a graça que a história geraria futuramente.

Quando criança eu queria muitas coisas. Eu queria muitos amigos, queria brinquedos, queria ir pra rua brincar de esconde esconde, queria minhas primas brincando de escritório comigo, queria ir mais fundo na água da praia, queria pular na piscina sem bóia, queria aprender a escrever, queria estar no colegial, queria alcançar a cordinha de sinal do ônibus sem precisar subir no banco, queria liberdade, queria crescer... Mas não aguentava esperar. Morria de ansiedade!

A graça de ser criança está em você querer coisas, e em desejar abraçar o mundo todo. Quando criança, você sabe que uma hora ou outra, daqui dez ou vinte anos, você vai ter tudo o que quer. Uma hora ou outra você vai pegar ônibus sozinho, vai ter liberdade, vai poder escrever de caneta nos cadernos, vai poder usar folha de fichário, vai poder ir ao shopping sem um adulto, vai poder assistir filmes legendados no cinema... É tudo uma questão de tempo.

O tempo traz tudo que uma criança quer.
No entando, castiga a quem já cresceu.

Depois de grande, não deixei de continuar querendo as coisas. No entanto desta vez desejo coisas que são maiores do que mim, e talvez maiores que o mundo. Infelizmente, coisas que eu não sei se um dia terei. Coisas que nem o próprio tempo pode assumir a responsabilidade de me trazer. Coisas não tão simples como ter um cartão de crédito e um talão de cheques.

O desejo que encabeça a lista de vontades, o próprio tempo que um dia me ajudou, se pos contra e decidu não me dar nunca mais. Eu só queria, por uma tarde voltar a ser criança, voltar a brincar na piscina de mil litros, voltar a não se preocupar com nada, voltar a assistir Sessão da Tarde e achar todos os files mágicos, voltar a ver TV sem se preocupar com a audiência, voltar a bater tazo, a sujar a roupa do colégio.

O tempo que favorece é o mesmo que prejudica.

domingo, 2 de outubro de 2011

[ Primeiras lembranças... ]

Não é a primeira vez, e talvez nem seja a última. Surgiu como um ímpeto de escrever. Escrever não para ser apreciado, nem aclamado e muito menos lido. Escrever apenas para registrar minhas sensações. Descrever e tentar dissertar sobre os diferentes sentimentos que se passam pela minha cabeça. Tentar substantiva-los e os manter vivo, antes que sumam de dentro de mim e dem lugar a outras preocupações.

Ainda ontem tentei lembrar qual foi a primeira lembrança que tive da vida. Me esforcei ao máximo para não confundir as minhas memórias com as memórias que adquiri através de fotografias que me mostraram no decorrer da minha vida. Não tenho lembranças de eu sendo amamentado, e nem do meu primeiro passo. Não tenho lembranças do meu primeiro aniversário, tampouco do meu batismo, ou do primeiro natal.

Mas me lembro que no segundo minha tia melecou minha mão com glace do bolo. Lembro que quis chorar por estar sujo. Mas segurei ao máximo, não queria que tirassem foto minha sujo e ainda por cima chorando. Então apesar de insatisfeito, eu sorri. Engraçado reparar que a minha primeira lembrança é justamente de algo que se refletiria pelo resto da minha vida: disfarçar emoções.

Rir ao invés de chorar, achar engraçada situações de total desespero, ser paciente quando estou no limite. Estressar quando devo estar calmo. Situações que me fazem sempre pensar se sou estranho, se sou falso com o mundo ao meu redor, se sou humano, ou se sou apenas eu mesmo.