sexta-feira, 30 de novembro de 2012

[ Sobre as Luzes da Cidade...]



Olhar pela janela e observar a cidade exprime poesia. É incrível como só olhos impuros conseguem observar algo bonito através da névoa cinza de São Paulo. Considero um ritual olhar pela janela antes de dormir. Não sei se é porque fico fascinado com a quantidade de luzes que iluminam a cidade, ou se é porque cada ponto de luz me traz a cabeça a ideia de que ali existe vida.

Já parou para imaginar que em cada janelinha brilhando existe pelo menos um sinal de vida? Existe alguém. um homem ou uma mulher, velho ou novo, que viveu o mesmo dia que você na mesma cidade. Alguém que também saiu de casa, que ficou preso o mesmo trânsito, que tomou a mesma chuva das cinco e que chegou em casa aliviado, e ascendeu a luz.

Toda vez que estou me sentindo mal ou tenho algum problema grande, me alivia a ideia de olhar a luzes e pensar que as pessoas por trás delas podem ter problemas semelhantes. Sempre penso em como elas lidam com os problemas, se os problemas são maiores, se elas sofrem ou se levam numa boa com desculpa de tudo que machuca fortalece. 

Também invejo as luzes mais brilhantes, das regiões mais altas, próximo as antenas. De alguma forma acredito que brilham mais, pois a vidas de lá me parecem de alguma forma mais tranquila. Será que eles são felizes o tempo todo? Será que em nenhum momento o tamanho do brilho limita a visão de mundo através de janela?

Parece coisa de gente maluca pensar assim. Parece coisa de gente maluca atribuir histórias a cada ponto de luz avistado. Pode ser coisa de gente louca, mas de uma coisa eu tenho certeza: em um determinado momento, quando as luzes se apagam e a cidade fica por poucas horas menos iluminada, o último pensamento que ocorreu na mente de cada vida que desligou a luz foi o de que amanhã deve ser um dia melhor do que o de hoje...

terça-feira, 5 de junho de 2012

Sobre ralhos, caçarolas e saudades

Na minha memória a casa da minha avó não é laranja como nos dias de hoje. Em algum lugar da minha infância, ela foi pintada de amarelo, neste mesmo lugar da casa amarela, os azulejos do quintal davam lugar a um piso cru, e em algumas partes tinham pedaços de pisos antigos retalhados colados ao chão. Nasci na casa da minha avó e com a ajuda dela, dei meus primeiros passos no mesmo lugar em que ela pendurava a roupa. 

Todo mundo acha que eu falo muito rápido e meio enrolado. Alguns acham feio, eu acho incrível. Incrível, pois de uma certa forma é resquício do sotaque da terra dos meus avós, que vieram de Portugal para o Brasil com vontade de construir uma história diferente para ser contada. Aprendi a falar com a minha vó. Desde cedo já sabia que ralhar era brigar, caçarola era uma panela bem grande, almoçaire era almoçar, paúra era medo e Rudurigo era meu nome. A minha mãe e o meu pai trabalhavam durante o dia toda. Então, cabia aos meus avós os deveres de me acordar,  dar café da manhã, brincar, ensinar, dar almoço e me colocar na perua para o colégio. 

A minha avó não sabe, mas se hoje eu trabalho com televisão a grande culpada por isso é ela. Ela quem me dava  café com leite na frente da Xuxa e da TV Colosso, almoço na frente da Punky, A Levada da Breca e a jantinha na hora que começa a novela das 19h. A minha avó, que para cozinhar usava um avental azul com o alfabeto através de alimentos (C de Cenoura, O de Ovo...), quem pedia para meu avô buscar pedaços de madeira para mim na serralheria da esquina e me ensinava a deixar o Lego de lado, e com aqueles pedaços de pau construir robos, torres e cidades. A minha avó, quem me dava pedaços de peno para fazer capas de herói, e cabaninhas entre o sofás... 

Era ela que no frio vestia um xale vermelho, que veio de Portugal, tirava a caçarola do fundo do armário e cozinhava caldo verde, sopa de ervilha, doce de abóbora. Ela quem as vezes fazia uns doces suspeitos feitos de coisas que originalmente são salgadas: arroz doce, doce de feijão, doce de macarrão. E falando em macarrão como esquecer dos domingos na casa da minha avó.

Quando o Ayrton Senna morreu na corrida, eu lembo da minha tia estar pintando o quarto de roxo, e da minha avó estar se preparando para fazer uma panela de macarrão tamanho família. De domingo, a Tais ia visitar, então sempre tinha guaraná ou coca. No mês de junho, tia festa, Altos caldeirões de vinho quente, quentão e sardinha assada para comemorar o dia de São João. A família inteira fazia brincadeiras e festa em volta de uma fogueira feita pelo meu avô. A minha avó foi tão importante que até a primeira vez que eu fui ao cinema junto com a minha Tia ela foi comigo...

Depois que me mudei da casa da minha avó para a minha própria casa, não deixei de ir pra lá. Toda semana aparecia na casa dela, ou de patins, ou de patinete, ou de bicicleta. E recentemente ainda deu tempo de eu aparecer de carro, ela me viu dirigindo e gosto, mas disse que meu carro não combinava comigo. Nas férias de colégio eu costumava passar semanas na casa da minha avó, assistia Barrados no Baile e Smalville (que ela chamada de Superboy) com ela. 

Minha avó foi na minha formatura do colegial. Estudei a vida inteira em um colégio que ela viu ser erguido assim que chegou neste país. Quando eu entrei na faculdade a frequência de visitas a casa dela diminuiu um pouco. Formei algumas opiniões a respeito da vida e não concordava com alguns comportamento do meu pai e pelo fato de ele morar com ela, a frequência em que eu a via era menor. Mas mesmo assim tinha sempre uma certeza de que se quisesse ve-la, para conversar e contar como funcionava tudo por trás da  telinha que ela sempre via, ela ia estar lá, no seu lugar do sofá vendo televisão...

Minha avó não tia sobrenome. Era só Maria. Maria de Jesus. Dona Maria, Vó Maria. Vó Bisa. Toda vez que eu ia visita-la ela ia até o parapeito do quintal e só entrava de novo em casa quando me via ir embora. 
Essa semana o papel se inverteu, eu e uma renca de filhos, netos e bisnetos chorões tivemos que ve-la partir, de uma forma inesperada. 

Ela decidiu se mudar, foi morar no céu. 
Foi descansar desta vida. 

É a primeira vez que perco alguém próximo e ainda não sei como me sinto. E momentos estou bem, em momentos não. As vezes lembro de algum detalhe dela e entristeço. Mas vou melhorar. Quero lembrar dela com alegria que sempre tinha. Quero lembrar dela com o sorriso no rosto. Quero lembrar dela me ensinando cantigas de Portugal e me oferecendo todas as comidas possíveis. Não cabem nesse texto palavras que expressem minha eterna gratidão por ela. 

Vó, quado um de nós queria muito uma coisa, a senhora ascendia uma vela no seu altarzinho para nos iluminar, Eu espero que onde quer que você esteja, que você continue nos iluminando em cada passo, em cada escolha. Para mim a senhora será eterna...




Valeu Vó, Maria!


quarta-feira, 16 de maio de 2012

Monossílabo Tônico


- Eu fiz uma simpatia...
- Qual?
- Escrevi seu nome na cueca em que passei o ano novo.
-  Pra quê?
- Ela era branca, escrevi seu nome. Ah, e fiz um cifrão pedindo dinheiro. E coloquei mais vários outros desejos. Nomes de lugares que eu quero trabalhar e conhecer. Escrevi também que eu queria ser transformado em vampiro, mas acho que isso não vai acontecer.
- Porque?
- É que vampiros meio que são mitologia, apesar de serem bem legais. Principalmente os de True Blood.
- Não, mas porque meu nome na cueca?
- Você é um dos meus desejos de ano novo, ué.
- Caraca, mas porque?
- Sei lá, porque queria ter você mais perto de mim esse ano.
- Nossa!
- É, não sei se anda adiantando muito.
- Jura?
- Juro... Não sei, mas cada vez que vejo uma nova foto sua, sinto mais e mais vontade.
- De que?
- Sei la, de te beijar, estar com você, fazer carinho. Não é amor eu prometo, e nem paixão. Ainda não tive tempo para desenvolver sentimentos tão complexos assim.
- O que é então?
- Não sei o nome, mas é uma coisa boa. Talvez eu possa chamar de carinho.
- Hum.
- É meio inexplicácel, só te vi algumas vezes, mas senti algo diferente. Diferente de atração física, diferente de amizade.
- Tipo oque?
- Tipo quando você me olhou a primeira vez na pista de dança, você lembra?
- Não.
- Mas eu lembro, me olhou com um olhar de te quero, sabe?
- Sério?
- Sim, foi um desses olhares que nos lançam que a gente nunca esquece.
- Não sabia que eu tinha esse fascínio.
- Eu gostei de ter te conhecido, mesmo.
- Eu também
- Mais dai logo você teve que ir, e depois eu tive que ir.
- Idas e Vindas.
- Mas idas do que vindas, eu acho. Escuta, é reciproco?
- Não sei, eu acho que as vezes.
- Eu sou chato?
- Não, eu te adoro.
- Você fala pouco.
- É meu jeito.
- É fofo.
- Obrigado.
- Escuta...
- Diga.
- Você pode me emprestar uma cueca sua?
- Para quê?
- Juro que não é para nada ruim.
- Para que que é?
- Nem para nada pervertido.
- Mas para que é então?
- Talvez eu enterre ela em algum lugar no ano novo...
- Sério?
- Deve ser mais eficaz do que escrever seu nome na minha cueca.
- É meio canino, não? Enterrar cueca...
- Talvez.
- Você é engraçado.
- É o que dizem...
- De que cor você que a cueca?
- Me dá um beijo?

quinta-feira, 3 de maio de 2012

Rabisco I

Eu já estou acostumado a esquecer todas as coisas que vão, que passam por mim como folha seca em dia de vento. Utilizar o passado como escape do presente faz da saudade umas coisa bonita, e não tão dolorosa em suas lembranças. Alimentar lembranças e memórias ajudam a erguer o nosso caráter, e construir a nossa essência. No entanto,usar lembranças como espelho para o futuro é um grande equívoco. A verdade é que tudo sempre muda. Mudam os amores, mudam os lugares frequentados, mudam as pessoas, mudam os amigos, muda a família. Só o tempo permanece do mesmo modo: sempre passando, compondo destinos, ritmando vidas, reservando surpresas e esculpindo em nossa alma e em nossos rostos a marca de sua passagem....

quarta-feira, 4 de abril de 2012

Poesia de paulista


Gente.
Muita gente.
Na trilha dos trilhos dessa gente.
Esse tranporte submerso.
Guiado por impulso de eletrons.
Gente a beça e depressa.
Apertando o passo pra dar tempo.
É nesse que eu vou.
É esse que vai me levar.
Barulho,
barulho,
barulho.
Nossos corpos sempre movidos pelos mesmos impulsos eletricos.
Sem nexo.
Complexo.
Um gesto reflexo do de ontem.
Uma voz eletrizada lembra a proxima parada.
E você não para.
Você não para.
Você não para.
Você não para...
Corre para a escada rolante.
Avante!
Contando cada instante.
Na pulsação do fio metálico.
Metro a metro.
Essa é a artéria do concreto.
Ir e vir.
Só passo aqui de passagem.
Sou passageiro dessa viagem sob o solo.
Gente.
Muita gente na Brigadeiro.
Um verdadeiro Formigueiro.
No mesmo sentido.
Indo pra frente ou ao contrário.
Luz.
São Bento.
Sé.
A porta se abre.
Estou há um minuto da Liberdade.
E a minha Liberdade,
Eu encontro junto contigo,
No Paraíso...

quarta-feira, 28 de março de 2012

Acorda, Brasil

Acordou cedo naquela manhã, ainda deitado acompanhou as notícias nos jornais de qualquer canal a cabo. Mesmo cansado de toda a rotina de treinos dos últimos três anos viu pela TV como os cidadãos do seu país estavam eufóricos para o jogo daquela noite. Era o técnico não apenas de uma seleção com potencial, mas sim de uma seleção de torcedores exigentes, com histórico a ser honrado e dona do país, dos campos e de todas as bolas que iriam rolar no próximo mês.

Levantou-se. Era hora de orientar toda a sua equipe e o seus meninos. Teve alguns arrependimentos, algumas decepções e leve desentendimentos com os convocados, mas mesmo assim se fazia de forte e confiante: “Essa taça é nossa, vocês querem dar para esses 200 milhões e tantos mil brasileiros a decepção de ter perdido o troféu em casa”? Repetia exaustivamente treino após treino.

Após o almoço enfrentou o primeiro choque do dia: o ônibus oficial da seleção brasileira estava preso em algum lugar do trânsito. Os noticiários vespertinos alertavam que o trânsito na cidade de São Paulo era recorde para o horário. Todas as vias de acesso para a zona leste e para o estádio de Itaquera estavam congestionadas.

Não se desesperou. Aprendeu com o tempo e com anos de brasilidade que para tudo existe uma solução. Consultou toda a equipe técnica, e ordenou que contratassem seguranças. Iriam para Itaquera de metrô. Pediu para os seus assessores mais influentes não divulgarem nada a imprensa, queria fazer tudo as escondidas para não gerar crise e nem comoção entre o público.

Informou aos jogadores. “Moro na Europa e dirijo um porshe, sou qualificado a fazer gol, e não a pegar condução pública”. Esquivaram-se muitos dos meninos. Sem sáida, ameaçou dizendo que seria isso ou uma substituição. Alertou as estrelas da seleção que havia muito moleque no banco de reserva com vontade. Convencido os jogadores, pediu para que calculassem um horário e saíram com três horas de antecedência do inicio da partida.

Péssimo cálculo! Anotou em sua agenda que precisaria rever os matemáticos da comissão técnica. Só para entrarem na estação levaram quarenta minutos, e mais vinte para embarcarem no trem, e mais uma hora para chegarem ao estádio, e mais quinze para caminharem até os portões de acesso. Conclui que depois disso tudo não precisavam de aquecimento.

No caminho para o vestiário disse olá para o prefeito da cidade, parabenizou a beleza de alguns coqueiros em uma avenida movimentada, ideia de uma amiga da autoridade. Perguntou, por educação, se havia pegado trânsito. Obteve como resposta “Que nada, vim de helicóptero”! Helicóptero, puxa! Como não pensou nisso antes. Submeteu seus craques a viajarem quase duas horas de metrô, mas não pensou em virem voando. Assumiu o erro e entendeu que seu negócio era bola e não infraestrutura.

E já que era entendido de bola, decidiu dar uma olhada na gordinha oficial do torneio, só para ter informações novas para dar aos seus meninos. Perguntou para alguém da Federação Internacional onde ela estava e bang! Mais um tiro: a bola estava nas alturas, E não porque algum goleiro lançou um tiro de meta potente, mas sim, pela impossibilidade da aeronave que a carregava pousar nos aeroportos da cidade. “É uma nova espécie de crise aérea, só decola e pousa quem tem autoridade”.

Foi informado de que jogariam com uma bola de capotão emprestada do clube que gerência o estádio. Tudo bem, menos mal! Conversou mais com os seus meninos, fez todos os rituais oficiais envolvendo de orações e mandingas, puxou o time pelo braço, subiu as escadas e adentrou no... Espera! Onde é que estava o gramado?

Não havia gramado algum! “Como assim não há gramado, os engenheiros me garantiram que até a partida de estreia teríamos grama” reclamou com algum superintendente responsável, mas o que ouviu de resposta foi algo como cronograma atraso e ausência de verba pública. Indignado quis cancelar tudo, tentaram argumentar dizendo que muitos jogadores começaram jogando em campinhos com terra batida bem piores do que o estádio oferecido. Sentiu-se alterado, nervoso, irritado com o despreparo entre outros adjetivos que denominam angústia e raiva.

Gritou alto e acordou suando frio.

Ainda faltavam quase dois anos para a grande noite. No entanto todas as obras estavam encaminhadas para que tudo se tornasse igual ao seu sonho. Estádio, 50% da obra concluída. Expansão do transporte e vias públicas, 40%. Revitalização dos aeroportos, 60%. Refletiu sobre tudo ao ler notícias sobre o andamento das obras e conclui que caso as autoridades não acordassem, como ele havia acordado, não existiria jeitinho brasileiro algum que solucionasse os problemas de grande porte em cima da hora.

Pensou bem e conclui que na pior das hipóteses, se nada estivesse pronto até semanas antes do mundial, iria se afastar da seleção. Alegaria problemas familiares, afinal é sempre uma boa desculpa para ser utilizada quando quer afastar-se de um problema, ou quando se quer largar o barco com classe.

domingo, 11 de março de 2012

[ Sobre livros paraditáticos e o que aprendi com eles ]

Lembro que na sétima série eu li um livro para o colégio. Desses livros bobinhos, com letras grandes, ilustrações e no máximo 120 páginas que temos um prazo de dois meses para ler (oi, eu lia em um dia) e que depois somos obrigados a fazer uma prova a respeito. Era um livro do Walcyr Carraco, chamado "Estrelas Tortas." Tinha uma capa azul com um céu estrelado, e a sombra de uma menina sentada. A história era bobinha, dessas que ensinam lições de não-preconceito e cidadania para jovens sem educação, não o meu caso, claro...

A história falava de Marcela, uma adolescente que do dia para noite perde os movientos e fica paraplégica, o enredo do livro é narrado pelo ponto de vista do irmão dela, Gui, que aparentemente foi a pessoa que mais sofreu com a mudança as quais as pessoas de sua família tiveram que passar para se adaptar a rotina de convívio com uma cadeirante.

Dia desses refletindo sobre a vida me veio a cabeça esse livro. Tentei acha-lo na minha estante entre exemplares de Harry Potters, Dan Browns, Marleys e Eu, mas como a maioria dos livros da época de colégio, ele se foi... Talvez para alguém que precisou e nunca me devolveu, talvez para um sebo em uma das minhas crises de agora só leio romance inglês. Lamentei por não tê-lo mais comigo...

Me lembro que na ocasião da primeira leitura não gostei muito do livro, era bobinho de mais para o que eu estava acostumado a ler. Poré, sempre admirei e achei sucinta e poética a forma como o autor lidava com o assunto. Não ter mais este livro comigo, me fez ver que assim como muita coisa na vida, ele foi embora sem que eu percebesse...

Muitas lembranças, e muita gente entram na nossa vida e vão embora sem que se perceba, a vida somente as leva com o vento. Elas vem, fazem seu trabalho, deixam a sua marca e se vão. Estou meio que em uma fase de perceber que pessoas que eu gosto muito estão indo. Seguindo seu caminho, tentando escrever sua história. Claro que eu também tento trilhar o meu, mas sempre pensei em levat junto quem se faz importante para mim.. Mas nunca havia me tocado que na estrada que muitas pessoas optam por seguir só há espaço para um viajante, ou que sei lá, talvez eu não seja tão importante para muitas pessoas...

Algumas amziades se perderam no caminho, algumas lembranças se apagaram da minha memória, alguns livros sumiram da minha estante. Mas mesmo assim estiveram comigo o tempo necessário para serem inesquecíveis. "Estrelas Tortas" pode não ser (e com certeza nunca será) o melhor livro que li em minha vida, mas será sempre um daqueles que lembrarei com carinho. Não por ter aprendido a respitar os cadeirantes, ou por ter tirado uma nota alta na prova sobre o mesmo. Mas sim pelo seu final. Na verdade por sua última frase:

"Todos nós somos feito um pedaço da noite: de longe estrelas perfeitas, de perto estrelas tortas."

Assim como este livro, muita coisa em minha vida só é legal e só deixa sua marca quando termina...