domingo, 11 de março de 2012

[ Sobre livros paraditáticos e o que aprendi com eles ]

Lembro que na sétima série eu li um livro para o colégio. Desses livros bobinhos, com letras grandes, ilustrações e no máximo 120 páginas que temos um prazo de dois meses para ler (oi, eu lia em um dia) e que depois somos obrigados a fazer uma prova a respeito. Era um livro do Walcyr Carraco, chamado "Estrelas Tortas." Tinha uma capa azul com um céu estrelado, e a sombra de uma menina sentada. A história era bobinha, dessas que ensinam lições de não-preconceito e cidadania para jovens sem educação, não o meu caso, claro...

A história falava de Marcela, uma adolescente que do dia para noite perde os movientos e fica paraplégica, o enredo do livro é narrado pelo ponto de vista do irmão dela, Gui, que aparentemente foi a pessoa que mais sofreu com a mudança as quais as pessoas de sua família tiveram que passar para se adaptar a rotina de convívio com uma cadeirante.

Dia desses refletindo sobre a vida me veio a cabeça esse livro. Tentei acha-lo na minha estante entre exemplares de Harry Potters, Dan Browns, Marleys e Eu, mas como a maioria dos livros da época de colégio, ele se foi... Talvez para alguém que precisou e nunca me devolveu, talvez para um sebo em uma das minhas crises de agora só leio romance inglês. Lamentei por não tê-lo mais comigo...

Me lembro que na ocasião da primeira leitura não gostei muito do livro, era bobinho de mais para o que eu estava acostumado a ler. Poré, sempre admirei e achei sucinta e poética a forma como o autor lidava com o assunto. Não ter mais este livro comigo, me fez ver que assim como muita coisa na vida, ele foi embora sem que eu percebesse...

Muitas lembranças, e muita gente entram na nossa vida e vão embora sem que se perceba, a vida somente as leva com o vento. Elas vem, fazem seu trabalho, deixam a sua marca e se vão. Estou meio que em uma fase de perceber que pessoas que eu gosto muito estão indo. Seguindo seu caminho, tentando escrever sua história. Claro que eu também tento trilhar o meu, mas sempre pensei em levat junto quem se faz importante para mim.. Mas nunca havia me tocado que na estrada que muitas pessoas optam por seguir só há espaço para um viajante, ou que sei lá, talvez eu não seja tão importante para muitas pessoas...

Algumas amziades se perderam no caminho, algumas lembranças se apagaram da minha memória, alguns livros sumiram da minha estante. Mas mesmo assim estiveram comigo o tempo necessário para serem inesquecíveis. "Estrelas Tortas" pode não ser (e com certeza nunca será) o melhor livro que li em minha vida, mas será sempre um daqueles que lembrarei com carinho. Não por ter aprendido a respitar os cadeirantes, ou por ter tirado uma nota alta na prova sobre o mesmo. Mas sim pelo seu final. Na verdade por sua última frase:

"Todos nós somos feito um pedaço da noite: de longe estrelas perfeitas, de perto estrelas tortas."

Assim como este livro, muita coisa em minha vida só é legal e só deixa sua marca quando termina...

Nenhum comentário: