sábado, 28 de janeiro de 2012

[ O Juizo vem rasgando minha gengiva ]

Esta semana o meu dente do siso começou a nascer. Não sei se é o momento mais propício, tenho dúvidas se possuo todo o juizo necessário para portar um dente a mais na minha boca. Na verdade, eu não entendo qual a relação adquirida entre o dente do siso e o juizo ao longo dos anos. Deve ser algum tipo de simbolismo. De qualquer forma,o fato é que minha gengiva começou a rasgar e eu estou sentindo o novo mebro da minha arcada dentária aparecer no fundo da minha boca.

Em contra partida (ou em consequência) a isso, essa semana eu me senti maduro. É estranho reparar que quando você menos espera você está realizando coisas que jamais se imaginou fazendo. Alguns meses atrás eu nunca me imaginaria indo de carro ao trabalho, tendo (mesmo que por uma semana) um estagiário e que seria a capaz de ir para balada negar todas as pessoas só porque tinha um foco específico.

Esse não sou eu, não se parece nem um pouco com a pessoa que eu costumava ser. Me estranhei pela manhã, quando decidi que iria trabalhar de carro. Consegui ir dos Remédios ao Ibirapurea, via Marginal Pinheiros, sem ter medo e sem deixar o carro morrer. Estacionei ao som de Beyonce (Replace you is so easy...), e trabalhei. Dei bronca e deleguei tarefas de um jeito que eu mesmo não suporto que façam comigo, mas que no momento se fez necessario. Conheci alguém que se fez especial, investi e fui certeiro.

Trabalhei, comemorei os resultados, vi gente bonita e gente feia. Me julguei não atraente por algum momento, lembrei do meu passado e percebi que poderia ser pior. Não reclamei. Comemorei os resultados, brindei com champagne e voltei dirigindo. Uma marcha entrou errada no meio da Juscelino mas isso é normal quando se está no começo, me disseram. E convenhamos, meu juizo não chegou por completo, está apenas despontando lá no fundo.

Fui pra balada, de carro. Dancei, chegou um eu disse não, e repeti as respostas para os demais. Estava focado em me divertir e ter quem eu queria, e não em contablizar o índice de pessoas beijadas em uma noite. Conversei e dei risada, me acabei na diversão. Voltei ao volante, não embreagado. Dei carona pela primeira vez, tive um lance dentro do meu carro pela primeira vez. Voltei para casa dirigindo com um sorriso bobo pela primeira vez. Vi o sol nascer ao volante e me senti MUITO bem!

Adormeci e acordei com uma sensação estranha me corroendo, perceni uma dor estranha na boca, olhei no espelho e percebi um inchaço na gengiva. Senti o juizo rasgando o fundo da minha boca. Ainda não sei o que acho sobre ele. Por enquanto ele é bem vindo, talvez não queira que ele fique para sempre. Mas na pior das hipoteses existem dentistas dispostos a extrair o juizo alheio a qualquer momento, por um certo custo.

Por hora só me resta aproveitar enquanto ele chega por completo e aproveitar esta fase meio termo. Meio insana, meio ajuizada...

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